Principal aposta da empresa está em sua unidade de cogeração, mas moagem e produção de etanol também devem ser ampliadas. Conclusão está prevista para março de 2017
A falta de acesso ao crédito tem sido uma frequente reclamação dos empresários do setor sucroenergético. Contudo, nem todas as portas estão fechadas – ao menos para as empresas que com as contas em dia. Esse é o caso da Cerradinho, que controla a Usina Porto das Águas, em Chapadão do Céu (GO).
Conforme adiantado pelo portal novaCana em maio, a companhia negociou um financiamento de R$ 150 milhões com o International Finance Corporation (IFC), braço de investimentos do Banco Mundial. Em moeda estrangeira, o valor do empréstimo é de US$ 49 milhões. Agora, falta apenas o dinheiro aparecer na conta. O contrato foi assinado no final do mês passado.
Ampliação completa
O investimento da Cerradinho será direcionado majoritariamente para a ampliação da capacidade instalada de cogeração que, desconsiderando o consumo próprio, deve ir de 70 MW para 160 MW. Por safra, a empresa terá capacidade de vender até 850 GWh – um montante 112,5% maior que os 400 GWh da capacidade atual. Segundo informações divulgadas pela companhia, a Cerradinho exportou 269 GWh em 2015/16.
Além disso, a empresa também deve ampliar sua capacidade de moagem. Atualmente, a Cerradinho pode moer até 5,3 milhões de toneladas de cana por safra, número que deve subir para 6 milhões de toneladas.
A expectativa é que, assim, a capacidade de produção de etanol seja ampliada para 520 milhões de litros por temporada. Hoje, a Cerradinho tem autorização da ANP para produzir até 2,8 milhões de litros de hidratado por dia e na última safra sua produção alcançou 402 milhões de litros de etanol.
Aposta na geração de energia
Um dos pontos que mais chama a atenção no plano de investimentos da Cerradinho é justamente o destaque dado à cogeração. A venda de energia, contudo, representou apenas 6,9% da receita bruta da safra passada, com R$ 53 milhões de um total de R$ 767 milhões.
Segundo o Valor Econômico, a aposta no mercado de energia é tanta que a companhia ainda nem possui biomassa suficiente para garantir a produção permitida pela futura capacidade instalada. Dessa forma, a Cerradinho já estaria considerando adquirir outras fontes de biomassa, como eucalipto e sorgo.
“A expectativa é incentivar o desenvolvimento de outras fontes de biomassa, além do bagaço e palha de cana-de-açúcar, reduzindo as emissões de dióxido de carbono de cerca de 280.000 toneladas por ano”, complementa a Cerradinho.
A Porto das Águas também está comprometida com três contratos no mercado regulado em vigência e por dois leilões que a companhia venceu e pelos quais começará a entregar energia a partir de 2019 e 2021. Ainda de acordo com o Valor, a quantidade de energia que a companhia entregará no ambiente regulado passará a representar 90% do total a ser comercializado em 2021, uma participação 65% superior à observada na safra passada.
Segundo Gustavo Oliveira, diretor financeiro da CerradinhoBio, a meta é que mais de 20% do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) venha da venda de energia. Atualmente, a cogeração representa até 15% do Ebitda.
Investimentos da Cerradinho
O aporte do IFC se soma a um financiamento de R$ 140 milhões contratado em 2014 com a linha Inova Sustentabilidade, do BNDES, dos quais 70% já foram desembolsados. Agora, segundo o Valor Econômico, além de manter um contrato de energia com o Banco Mundial, a hipoteca da usina está compartilhada entre IFC e BNDES.
Contudo, esses não foram os únicos investimentos na unidade. De acordo com o jornal, a expansão faz parte de um plano de investimentos iniciado na safra 2013/14 e que já totalizou R$ 650 milhões. Dessa forma, cerca de 40% da dívida bruta total da companhia – calculada em R$ 644,5 milhões no encerramento da safra 2015/16 – está na mão do BNDES e da Finep.
Segundo o presidente da Cerradinho, Paulo Oliveira Motta Júnior, buscar um empréstimo no IFC foi uma forma de “diversificar as fontes de financiamento”. Ao Valor, o executivo ressaltou que o financiamento pelo braço do Banco Mundial também “confere um selo de boa governança” à companhia.
Isso acontece porque foram estabelecidas, além das metas de ampliação, alguns impactos para o desenvolvimento da região. Segundo o IFC, há três pontos principais: desenvolvimento econômico da região de cerrado por meio da produção agrícola e geração de empregos, promoção do uso de energias renováveis e mitigação das mudanças climáticas, e a duplicação da contratação de mulheres, incluindo trabalhadoras nos quadros de operação de colhedoras e motoristas de caminhão.
O prazo de pagamento do novo empréstimo é de dez anos, com carência de três, e a expectativa da Cerradinho, conforme comunicado, é que o dinheiro entre no caixa já em agosto. Dessa forma, a Cerradinho espera concluir as expansões até março de 2017.
Resultados recentes
Antes do início das ampliações, a Porto das Águas moía até 2,9 milhões de toneladas. Segundo o balanço mais recente da companhia, na safra 2015/16, a usina teve uma moagem de 4,8 milhões de toneladas, um aumento de 17% em relação ao período anterior, com perspectiva de crescimento para 5 milhões de toneladas em 2016/17.
Além disso, a empresa tinha capacidade de produzir 246 milhões de litros de etanol hidratado e gerar 184 GWh de energia por safra. Hoje, essas capacidades máximas se aproxima de 500 milhões de litros de etanol hidratado e 400 GWh de energia.
Outros investimentos do IFC no setor
Essa não é a primeira vez que uma empresa do setor sucroenergético busca recursos junto ao IFC. Em maio de 2015, a Biosev oficializou a injeção de R$ 128,1 milhões na companhia através de um aumento de capital promovido pelo banco.
O IFC também fechou investimento, em fevereiro do ano passado, de US$ 80 milhões na usina Delta, na cidade de Delta (MG).
Em 2007 também foi liberado um empréstimo de US$ 35 milhões para financiar a plantação de cana-de-açúcar e parte da Vale do Paraná, do grupo Pantaleon, em Suzanópolis, oeste de São Paulo.
Sobre a Cerradinho Bioenergia S/A – É uma empresa que atua no setor de biocombustíveis e bioeletricidade. Tem capacidade de moagem de 5,3 milhões de toneladas de cana por ano e gera 3.800 empregos entre diretos e indiretos. A Companhia detém uma logística eficiente, o que possibilita custos compatíveis para escoamento de sua produção de etanol para a região de Paulínia. Parte do Grupo Cerradinho, conta com experiência de mais de 4 décadas no setor sucroenergético.
Fonte – Licio Melo – Renata Bossle/novaCana.com – Comunicação Social – comunicacao@cerradinho.com.br
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