Cada caminhão custa R$ 1,5 milhão e empresa terá a maior número de veículos fora da China
A Corpus Saneamento e Obras, empresa que atua na coleta, transporte e destinação de resíduos em seis municípios de São Paulo e em Vitória (ES), encomendou 200 caminhões elétricos para substituir, gradualmente, parte de sua frota movida a diesel.
Além de não emitirem poluição, os veículos são mais silenciosos e econômicos. Inicialmente os veículos serão importados da matriz da BYD, na China, mas o grupo estuda a fabricação local em sua filial de Campinas (SP), onde produz ônibus elétricos desde 2015.
Os primeiros 21 caminhões serão entregues em setembro. Outros 60 chegarão em 2019 e os demais ao longo dos quatro anos seguintes.
“Com essa aquisição a Corpus será a maior frotista de caminhões elétricos fora da China”, diz o diretor de vendas da BYD, Carlos Roma. Segundo ele, a empresa aguarda a nova política industrial para o setor automotivo, chamada de Rota 2030, para definir se produzirá os veículos no País futuramente.
Hoje, o veículo importado é isento de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), mas recolhe 35% de Imposto de Importação (II). O transporte é feito de navio e leva cerca de 30 dias para chegar ao Brasil.
O presidente da Corpus, Cineas Feijó Valente, não divulga o investimento na compra dos caminhões, chamados de eT8A, mas informa que, no mercado, cada um custa R$ 1,5 milhão.
A versão movida a diesel custa entre R$ 250 mil e R$ 300 mil. O contrato com a BYD prevê o pagamento de 20% de entrada e o restante será financiado pela própria montadora.
A Corpus testou um exemplar do caminhão nos últimos dois anos na coleta de lixo em Indaiatuba, onde está a sede da empresa.
Com a economia de combustível de 65% por km rodado em relação ao modelo a diesel, além de custos menores em manutenção (a pastilha de freio, por exemplo, dura quatro vezes mais), o grupo calcula que o retorno do investimento ocorre em até sete anos.
“Vamos tentar reduzir esse prazo para cinco anos, que é o tempo de retorno para um veículo a diesel”, diz João Francisco Paschoalini, diretor operacional da Corpus.
A própria empresa desenvolveu o compactador de lixo acoplado ao caminhão e também movido a eletricidade, “bem mais silencioso do que o comum”. A solução, diz Roma, será inclusive adotada pela BYD.
A Corpus foi fundada em 1987 por Valente, hoje com 87 anos. Tem frota de 400 veículos, sendo 300 caminhões, e emprega 8 mil pessoas.
O nome da empresa aparece em investigação por fraude em licitações do Consórcio Soma, do qual tem 18% de participação. O grupo informa que “trabalha dentro dos critérios da legalidade”.
Fonte – BVMI – Cleide Silva/OESP
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