O Grupo Votorantim, que vai completar 100 anos de fundação em 2018, vai destinar um terço de seus investimentos programados para este ano em seu mais novo negócio – a geração de energia eólica. Cerca de R$ 1 bilhão está orçado no plano do conglomerado, confirmou João Miranda, presidente da Votorantim S.A.
No total, a companhia prevê repetir o mesmo valor de desembolso do ano passado – R$ 3 bilhões – nas suas operações no Brasil e no exterior. Esse valor ficou pouco abaixo dos R$ 3,2 bilhões de 2015. Até agora, o negócio de cimento vinha abocanhando a maior fatia de recursos em expansão e novos projetos.
“Apesar da crise vicenciada pelo Brasil nos últimos dois anos, decidimos não reverter nenhum investimento em curso”, afirmou Miranda. Daqui para frente, ele disse esperar contenção da retração econômica e o começo da inflexão, principalmente a partir das reformas encaminhadas pelo governo federal. A perspectiva é que a maior confiança, decorrente dessas mudanças estruturais e do controle da inflação, se traduza em recuperação até o fim de 2017.
O projeto de energia eólica – Ventos do Piauí -, está previsto para entrar em operação no primeiro trimestre do próximo ano. Foi lançado em outubro de 2015 e calcula desembolso total de R$ 1,2 bilhão na primeira fase – sete parques eólicos no Estado do Piauí. Nessa etapa, a previsão é alcançar potência instalada de geração der 206 megawatts (MW).
Cerca de 90% da energia a ser gerada já esta com sua venda garantida no mercado regulado. Na mesma região, dois outros parques eólicos de porte similar estão na mira da Votorantim Energia, dentro da estratégia de ser um player de peso nesse negócio e já estuda projetos de solar.
Com expertise de décadas na geração hídrica, basicamente para consumo cativo, com a nova frente de negócio, disse Miranda, a companhia fica atrativa para potenciais sócios. Segundo ele, a estrutura já está montada para um investidor privado e até para abertura do capital da VE. “A família Ermírio de Moraes convive bem com sócios. Vide a Fibria (celulose), Citrosuco (suco de laranja) e banco”, destacou o diretor financeiro, Sérgio Malacrida.
“Temos um portfólio de negócios bastante resiliente, mas que não passa incólume pela crise”, declarou. “De 2015 para 2016, o cenário recessivo brasileiro continuou e derrubou nossa receita. Prevemos que deve se recuperar mais fortemente em 2018”, disse.
O executivo trabalha com Selic (taxa de juro) de 8,5% no fim do ano e crescimento de PIB de 0,5% (Focus). Ele vê peso maior da exportação, principalmente commodities agrícolas, serviços e retomada de alguns setores da indústria neste ano. “A retomada da economia será mais lenta que a esperada, porém com maior grau de certeza”, disse. Aponta programas de concessões, leilões na área de energia e maior solidez do programa de investimento da Petrobras.
Fonte – BVMI – Licio Melo – Ivo Ribeiro – Renato Rostás/Valor
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