Escândalo na França: Nestlé vendeu água mineral Perrier e Vittel filtradas ilegalmente

Escândalo na França: Nestlé vendeu água mineral Perrier e Vittel filtradas ilegalmente

Indústria de Água Mineral – O setor de águas engarrafadas na França foi abalado por um escândalo de grandes proporções.

Uma investigação conduzida pelos meios de comunicação franceses Le Monde e Radio France revelou que a Nestlé comercializou águas minerais que passaram por um processo de purificação proibido pelas autoridades de saúde.

As marcas Perrier, Vittel e Pure Life (vendida no Brasil como Pureza Vital) foram vendidas ao consumidor como águas minerais naturais, apesar de terem sido tratadas por microfiltração.

Investigação expõe fraude em água mineral de anos

De acordo com os relatórios divulgados, a Nestlé utilizou microfiltros para purificar a água proveniente das fontes que explora na França.

Esse método de tratamento é proibido pela regulamentação francesa para águas minerais naturais, pois estas devem manter sua “pureza original“.

A investigação apontou que a prática vinha ocorrendo há vários anos, com conivência do governo francês, que teria concedido isenções específicas para a Nestlé, mesmo contra recomendações das agências de saúde.

O Palácio do Eliseu admitiu que houve contatos entre membros do governo e a empresa, mas negou qualquer acordo ou conluio.

Multa e pressões da Nestlé sobre o governo

Em setembro de 2024, após uma ação movida pela ONG Foodwatch, a Nestlé aceitou pagar uma multa de 2 milhões de euros para evitar um julgamento.

Contudo, o caso segue sob investigação parlamentar, pois há indícios de lobby agressivo da Nestlé junto ao governo francês.

A empresa teria pressionado diretamente o Eliseu e o Matignon para que fossem autorizadas as microfiltrações, alegando que uma proibição poderia impactar milhares de empregos nas unidades de produção.

Registros de e-mails e memorandos ministeriais revelam que a gigante alimentícia obteve permissões especiais para continuar vendendo os produtos filtrados sob o rótulo de “água mineral natural”.

A resposta do governo francês

O presidente Emmanuel Macron negou qualquer tipo de conivência com a empresa e afirmou que desconhecia as práticas irregulares.

Durante uma visita ao Instituto Gustave Roussy, Macron declarou:

Não tenho conhecimento dessas coisas. Não há acordo com ninguém, não há conivência com ninguém“.

No entanto, a descoberta da fraude gerou um intenso debate sobre a influência de lobbies industriais na política francesa e os riscos que tais decisões podem representar para os consumidores.

Impacto no mercado de águas engarrafadas

A França é um dos maiores mercados de águas engarrafadas do mundo, e a Nestlé detém mais de um terço desse setor.

O código de saúde pública francês categoriza a água engarrafada em três tipos:

  • Águas minerais naturais – devem manter sua “pureza original” e não podem passar por processos de tratamento.
  • Águas de nascente – devem manter características naturais, mas podem passar por processos mínimos de purificação.
  • Águas tratadas – passam por processos de purificação, como filtração e adição de substâncias para torná-las potáveis.

A comercialização de águas filtradas como minerais não apenas enganou consumidores, mas também colocou a segurança sanitária em risco.

Relatórios da Agência Nacional de Segurança Alimentar da França indicam que a água processada pode não ser microbiologicamente segura.

Consequências e possíveis sanções

A repercussão do caso pode levar a novas regulamentações mais rigorosas sobre o mercado de águas engarrafadas na França.

Além disso, consumidores afetados podem entrar com processos coletivos contra a empresa, buscando indenizações por danos materiais e morais.

A Nestlé, que enfrenta pressões globais por práticas ambientais e de exploração de recursos hídricos, terá que lidar agora com um desgaste significativo de imagem.

Diante desse escândalo, surge a questão: até que ponto grandes corporações podem influenciar decisões governamentais em detrimento da segurança dos consumidores?

O desenrolar das investigações e possíveis novas sanções poderão trazer mais transparência e confiança ao setor de águas engarrafadas na Europa e no mundo.

Fonte: Equipe BVMI – Entrevue.fr – Executive Digest – RFI – AFP – JEAN-CHRISTOPHE VERHAEGEN

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