Usina vai investir também R$ 60 milhões em renovação de canaviais
Erguida nos anos 1980 pelo falecido “rei da soja” Olacyr de Moraes como a maior indústria de cana do mundo da época, a Usinas Itamarati enfim mudou de mãos após oito anos à venda e trocas de gestão.
No primeiro trimestre, um grupo de investidores reunidos pelo fundo de private equity CVCIB Holdings, do sócio Paulo Caldeira, concluiu a aquisição de R$ 2 bilhões em dívidas financeiras da empresa, conversíveis em ações, e agora promete duas levas de investimentos no total de R$ 500 milhões em novas tecnologias rumo à diversificação.
A nova fase da companhia, rebatizada de UISA (Usinas Itamarati S/A), prevê a instalação de uma unidade de processamento de milho para produção de etanol e farelo para ração, uma fábrica de leveduras para nutrição animal, uma planta de biogás, além de aportes para aumentar a moagem de cana e ampliar a cogeração de energia.
A reformulação é guiada pelo executivo José Arimatea Calsaverini, que assumiu a presidência da companhia ainda quando Ana Cláudia de Moraes, filha de Olacyr, era a dona.
Antes de Olacyr falecer, em 2015, seus negócios já sofriam com o elevado endividamento. Em 2018, a Companhia Agrícola do Parecis (Ciapar) foi vendida à Amaggi por cerca de R$ 1 bilhão. O negócio sucroalcooleiro agora deve mudar de formato.
“A usina é um modelo de negócio que está sendo superado não só pelas novas tecnologias, mas pelas novas oportunidades. Temos a intenção de nos chamar de biorrefinaria, que processa matérias-primas de origem vegetal em produtos de energia, alimentação e insumos industriais”, sustentou o executivo.
Os novos planos casaram com o interesse do CVCIB, que tem investimentos em commodities, indústrias agrícolas e fintechs. Quando o fundo decidiu investir na usina, o valor do patrimônio líquido dela era praticamente nulo.
Para entrar no negócio, o CVCIB participou do reperfilamento das dívidas com os bancos e comprou R$ 2 bilhões do passivo financeiro – o equivalente a cerca de R$ 320 por tonelada de cana de capacidade instalada, ou quase US$ 80.
Uma das dívidas adquiridas pelo fundo foi com a própria Ciapar – que também era administrada pela herdeira Ana Cláudia -, no valor de R$ 200 milhões.
Além disso, as dívidas com a União, que eram de R$ 1,2 bilhão, foram inseridas em programas de refinanciamento (Refis) e reduzidas a R$ 450 milhões.
Dessa forma, a UISA possui hoje dívidas com instituições financeiras e fornecedores (incluindo passivo tributário) que somam R$ 850 milhões – ou R$ 135 por tonelada de cana de capacidade instalada.
Na safra 2018/19, a receita líquida da empresa atingiu R$ 732 milhões e o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi de R$ 260 milhões.
Para o novo ciclo de investimentos, a usina pretende recorrer a financiamentos. O primeiro pacote inclui a construção de uma fábrica de leveduras, já iniciada, e de uma planta processadora de milho anexa à usina de cana.
Nessa fase, os aportes foram orçados em R$ 200 milhões e devem ser concluídos em dois anos. A destilaria de etanol da usina de cana será compartilhada com a usina de milho, o que reduz o custo do investimento, afirmou Calsaverini.
A produção de etanol a partir do milho deverá ocorrer ao longo de quase todo o ano, em paralelo à da usina de cana, e deverá ter capacidade de produção de 300 milhões de litros por ano, além de 95 mil toneladas de DDGs [Dried Distilled Grains] anuais.
Segundo José Fernando Mazuca Filho, diretor financeiro, a taxa interna de retorno do projeto é de 35%, e o prazo de retorno é de dois anos.
A segunda etapa de investimentos, de R$ 300 milhões, consistirá na construção de uma usina de biogás – produzido com a biodigestão de resíduos da fabricação de etanol -, inicialmente para a geração de eletricidade, mas que pode ser usado para fabricar metano, a ser usado em caminhões em substituição ao diesel.
O investimento inclui ainda a ampliação da planta de cogeração de energia a partir de bagaço de cana, que hoje consegue vender 60 gigawatt-hora (GWh) por ano, para 300 GWh ao ano.
Essa fase ainda está sendo estudada e, segundo Calsaverini, a companhia não descarta a busca por um sócio estratégico, tanto para atrair capital novo como para se associar a um player que já tenha experiência nesses negócios.
Enquanto avança com os novos investimentos, a UISA pretende continuar elevando sua produção de cana para “preencher” a capacidade instalada. Para isso, tem reservado R$ 60 milhões ao ano para investir em renovação de canavial, o que aumenta a produtividade das lavouras.
O rendimento atual da cana em terras próprias já está bem acima da média do Centro-Sul, em 94 toneladas por hectare, mas Calsaverini mira os três dígitos.
Quando ele entrou na empresa, a usina estava processando 4,4 milhões de toneladas, e na última temporada (2018/19), o volume atingiu 5,1 milhões de toneladas.
Apesar da forte pegada em etanol e energia, a UISA pretende manter a liderança do mercado de açúcar da região Norte, onde detém 50% de participação com as marcas Itamarati e Guanabara.
Para isso, a menor participação que o açúcar pode ter no destino da cana processada é 35%, finalizou.
Fonte – BVMI – Camila Souza Ramos
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