A empresa norueguesa de energia solar Scatec vai construir quatro usinas fotovoltaicas no Ceará em parceria com um grupo local, com investimentos estimados em cerca de 600 milhões de reais, informou o presidente da Kroma Energia, que é sócia minoritária nos empreendimentos.
Os noruegueses terão uma participação de 80 por cento no complexo de usinas Apodi, que vendeu antecipadamente a produção em um leilão de energia promovido pelo governo federal no final de 2015.
A produção de energia precisa ter início em novembro de 2018, mas as empresas pretendem antecipar essa data. As usinas somarão um total de 120 megawatts em capacidade.
“Estamos trabalhando para antecipar em no mínimo seis meses”, afirmou o presidente da Kroma, Rodrigo Pedroso.
Ele disse que a Kroma, que atua na comercialização de eletricidade e desenvolvimento de projetos de energia, partiu em busca de um sócio para os empreendimentos após vencer a licitação do governo em 2015.
“Participamos do leilão sozinhos, mas quisemos somar com um parceiro com know-how, inclusive na execução (de obras em energia solar)”, disse Pedroso.
O cronograma atual prevê o início da construção das usinas em maio deste ano, e as empresas estão próximas de fechar uma solução de financiamento para o empreendimento.
“Estamos buscando financiamento com o Banco do Nordeste, em conjunto com um financiamento internacional”, afirmou o executivo da Kroma.
Ele também disse que o projeto está em fase final para escolha dos fornecedores de equipamentos, mas não quis dar detalhes porque existem acordos de confidencialidade com as empresas envolvidas nas negociações.
“Estamos com uma short-list, e devemos ter essa decisão até no máximo em abril. Estamos estudando as opções, a preferência é por um fornecedor local, mas nosso prazo é muito curto para a entrega. Estamos avaliando a capacidade de entrega dos fornecedores”, disse.
Com sede em Recife, em Pernambuco, a Kroma atua no mercado livre de energia elétrica, como comercializadora, e como desenvolvedora de projetos de geração para a região Nordeste, como termelétricas e usinas solares.
A geração solar, inclusive, deverá ser o foco da atuação da companhia na área de projetos, segundo Pedroso.
“É a vocação do Nordeste, a energia solar e estamos entrando nesse mercado de geração com o pé direito, com parceiros fortes, que entendem de execução e do negócio. É uma boa composição”, afirmou.
De acordo com o executivo, a Kroma previa inclusive disputar com mais projetos um leilão que contrataria novas usinas solares e estava agendado para dezembro, mas foi cancelado na última hora pelo governo devido à retração no consumo de eletricidade decorrente da crise.
Ainda assim, a empresa mantém a aposta no mercado solar.
“Não chegou a surpreender muito (o cancelamento do leilão). Todo mundo está acompanhando o que aconteceu com a economia e o Brasil voltando a crescer, vai ter espaço para toda essa energia renovável”, afirmou Pedroso.
A energia solar ainda dá seus primeiros passos no Brasil, onde representa atualmente apenas 0,02 por cento da matriz elétrica.
Nos últimos anos, no entanto, o governo promoveu leilões para contratar usinas fotovoltaicas que poderão adicionar até 3 gigawatts em capacidade, o que representará 2 por cento da atual matriz de geração do país caso os projetos saiam do papel.
Fonte – BVMI – Licio Melo – Luciano Costa/Reuters
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