Gigante cearense comprou 100% da concorrente fundada há 67 anos, no Rio de Janeiro
Líder nacional no mercado de massas e biscoitos, mas ainda com 70% das vendas concentradas na região Nordeste, a cearense M. Dias Branco deu nesta semana, um passo importante para aumentar sua participação na região Sudeste, ao acertar a compra de 100% da fluminense Piraquê, em um negócio avaliado em R$ 1,55 bilhão, incluindo dívidas.
Os atuais sócios da Piraquê vão sair totalmente do negócio, e a cearense assumirá as fábricas e também a gestão da marca.
O negócio entre a M. Dias Branco e a Piraquê, a maior transação financeira já registrada do setor de biscoitos, é mais um movimento de consolidação desse segmento, ainda muito pulverizado no País.
No fim de 2016, a americana Kellogg investiu R$ 1,4 bilhão para comprar outra força regional no setor – a catarinense Parati, conhecida pelos biscoitos de mesmo nome. Em 2011, a Pepsico havia comprado a Mabel, por cerca de R$ 800 milhões.
De acordo com o vice-presidente da M. Dias Branco, Geraldo Luciano Mattos Júnior, o acordo com a Piraquê vem para reforçar a atuação da companhia cearense no Sudeste, onde já tem duas fábricas em São Paulo, mas presença bem mais discreta do que no Nordeste. “É uma estratégia para desconcentrar as nossas receitas”, disse o executivo.
Para ser concluída, a transação depende de aprovação de órgãos reguladores como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
As negociações entre as duas empresas começaram há seis meses. A M. Dias Branco, que nos últimos dois anos estava procurando ativos para expandir seus negócios, deu o primeiro passo em relação ao acordo, segundo fontes a par do assunto.
O faturamento anual da Piraquê foi de R$ 717 milhões (últimos 12 meses encerrados em setembro passado), enquanto a M. Dias Branco teve receita superior a R$ 4 bilhões nos primeiros nove meses de 2017 – mais da metade das vendas da cearense estão concentradas no setor de biscoitos, carro-chefe da Piraquê, seguida pelas massas.
A participação de mercado em biscoitos e massas da M. Dias Branco está acima de 32% no País, segundo dados Nielsen, embora esse porcentual é bem mais baixo no eixo Rio-São Paulo. Já a Piraquê, embora seja forte no mercado fluminense, tem fatia discreta no mercado nacional.
Fonte – BVMI – Fernando Scheller – Mônica Scaramuzzo/OESP
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