Companhia faturou R$ 609 milhões no ano passado, 52% a mais que em 2014
Fabricante de café (torrado e moído e solúvel) e de alimentos à base de milho, a paraibana São Braz investiu R$ 141 milhões no auge da recessão econômica para se preparar para um novo ciclo de crescimento no pós-crise.
Depois de dobrar sua capacidade de produção, a companhia está ampliando sua rede própria de distribuição no Nordeste e até o fim de 2019 terá centros logísticos em oito dos nove Estados da região.
A São Braz é o principal negócio do grupo familiar liderado pelo ex-senador José Carlos da Silva Júnior. Além do setor de alimentação, o grupo também é dono de duas afiliadas da Globo, uma rádio, um jornal e sete concessionárias de veículos na Paraíba. Juntos, esse negócios faturam em torno de R$ 1 bilhão por ano.
Somente a São Braz faturou R$ 609 milhões no ano passado, 52% a mais que em 2014, quando começou a crise econômica no país. “A crise nunca é para todo mundo. Estávamos capitalizados e nos saímos bem. Mas é claro que tivemos que nos ajustar às condições de mercado”, disse Leonel Freire, superintendente da empresa. Desde 2003 no cargo, Freire, 59 anos, é genro do fundador.
Os ajustes, segundo ele, foram de posicionamento de preços.
“Houve uma fuga de consumidores para marcas mais baratas e tivemos que acompanhar esse movimento para continuar crescendo em volume”.
Em 2017, o preço do milho caiu entre 20% e 25% em relação ao anterior por causa da recuperação da colheita. Conforme Freire, isso contribuiu ainda mais para a queda das margens da São Braz, pois possibilitou a entrada de concorrentes com produtos de menor qualidade e preços mais baixos. “Matéria-prima muito barata é bom apenas para o consumidor. Para a nossa indústria, pode ser ruim”, observou ele.
Em decorrência dos preços baixos, o faturamento de empresa cresceu apenas 3,3% entre 2016 e 2017, apesar do aumento de mais de 6% dos volumes vendidos. Já o lucro caiu de R$ 40 milhões para R$ 18 milhões, segundo demonstrações financeiras auditadas que serão divulgadas nas próximas semanas.
Para este ano, Freire projeta faturamento de R$ 631 milhões, 3,7% superior ao de 2017, e aumento de até 8% dos volumes – previsões que ele considera “conservadoras”.
“Estamos com a presença muito forte em Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, mas quando nos afastamos um pouco da nossa fábrica central o potencial para crescer ainda é grande”.
No Sudeste, a atuação da São Braz se resume à fabricação de cereais de milho para as marcas do Carrefour e do Pão de Açúcar.
A maior unidade da São Braz fica em Cabedelo (PB), onde há torrefação de café originado em Minas Gerais e no Espírito Santo. O produto é comercializado com as marcas São Braz e Nordestino.
No complexo instalado no município, também há dois moinhos para fabricação de farinhas de milho e cereais, com matéria-prima originada sobretudo na região Centro-Oeste. Em Itatiba (SP), a empresa tem uma fábrica de insumos para a indústria alimentícia.
Dos R$ 141 milhões investidos de 2014 para cá, R$ 50 milhões foram destinados a um novo moinho, 100% automatizado. “Tínhamos caixa e aproveitamos os juros baixos no FNE [Fundo Constitucional de Financiamento ao Nordeste]”, disse Freire. De acordo com ele, a São Braz fechou 2017 com dívida líquida de R$ 34 milhões.
Atualmente, a empresa industrializa 1,4 mil toneladas de café por mês. É a oitava maior torrefação do país, segundo o ranking da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). A São Braz industrializa, ainda, 600 toneladas por dia de milho, mas já tem capacidade diária para 1,2 mil tonelada nessa frente.
Com 91 anos, o empresário José Carlos da Silva Júnior ainda supervisiona os negócios de perto. “Ele só não quer mais viajar, mas tem uma memória invejável”, disse Freire. Os três filhos do patriarca trabalham no grupo: um comanda os negócios de comunicação, o outro os de venda de veículos e a filha é gerente comercial na São Braz.
Segundo Freire, a empresa tem sido bastante assediada por bancos e escritórios especializados em fusões e aquisições nos últimos anos, mas até agora não entrou no movimento de consolidação pelo qual passa a indústria alimentícia.
No ano passado, a São Braz disputou o leilão para compra da massa falida da fabricante de café pernambucana Cirol, que foi arrematada pela concorrente 3corações, a primeira no ranking da Abic.
Fonte – BVMI – Marina Falcão/Valor
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