M. Dias Branco reinicia investimento de fábricas em 2017

M. Dias Branco reinicia investimento de fábricas em 2017
Confirmado ao BVMI o investimento de R$ 100 milhões na instalação da fábrica em Juiz de Fora-MG

A M. Dias Branco, maior fabricante de massas e biscoitos do país, dona de marcas como Adria, Basilar, Richester, Zabet e Isabela, vai retomar investimentos neste ano na construção de fábricas. Em 2016, a companhia reduziu os aportes em 42,2%, para R$ 263,9 milhões, devido à decisão de frear investimentos em novas unidades.

“Foi um ano difícil, não era para acelerar investimentos. Temos uma fábrica para instalar em Juiz de Fora-MG. Neste ano, com certeza, a companhia começa a executar esse projeto”, afirmou Geraldo Luciano Mattos Júnior, vice-presidente de investimentos e controladoria da M. Dias Branco.

A companhia havia anunciado em 2016 que faria investimento de R$ 100 milhões na instalação da fábrica em Juiz de Fora, projeto que será retomado neste ano. A M. Dias Branco também prevê concluir a instalação de um novo moinho de processamento de trigo em Bento Gonçalves-RS. “O Brasil tem um cenário macroeconômico ainda indefinido neste começo de ano. Acreditamos que o crescimento da companhia virá mais em volume e menos em preço”, disse Mattos, na teleconferência com analistas realizada ontem. O executivo anunciou que a companhia vai reajustar preços em 5%, em média.

Esse aumento será realizado de forma escalonada, entre março e maio. Mattos acrescentou que não vê espaço para reajustes maiores no ano e que esse aumento será suficiente para que a companhia mantenha a margem de lucro, que no ano passado foi de 28,6%.

A fabricante também pretende ampliar neste ano as despesas com marketing, como estratégia para aumentar as vendas, principalmente fora do Nordeste, região que responde por 70% do faturamento. “Nosso gasto em marketing sempre foi inferior ao das concorrentes. Não vamos gastar como eles, mas vamos investir acima da média histórica”, disse Mattos.

Geraldo Luciano Mattos Júnior é o atual vice-presidente de investimentos e controladoria da M. Dias Branco.
Geraldo Luciano Mattos Júnior é o atual vice-presidente de investimentos e controladoria da M. Dias Branco.

Em 2016, a M. Dias Branco reportou crescimento na receita líquida de 15,3%, chegando a R$ 5,3 bilhões. O volume de biscoitos vendidos aumentou 3,6%, para 521,8 mil toneladas. As vendas de massas, por sua vez, registraram alta de 5,3%, para 358,1 mil toneladas. A companhia manteve a liderança nesses dois segmentos. Na área de biscoitos, ampliou sua participação de mercado de 27,9% para 28,6%, segundo dados da Nielsen. Em massas, a participação da empresa avançou 0,4 ponto percentual, para 28,8%.

Mattos considerou que esse aumento deveu-se não só ao lançamento de produtos, mas também à decisão da companhia de ampliar a distribuição e o trabalho de divulgação das marcas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. “Mídia e espaço publicitário fora do Nordeste são mais caros. Precisamos assumir despesas maiores se quisermos crescer fora do Nordeste. Mas vamos trabalhar da forma mais racional possível”, disse.

No ano passado, as despesas operacionais da M. Dias Branco cresceram 19,5%, para R$ 1,3 bilhão e parte desse aumento deveu-se a gastos mais altos com marketing. A companhia também apresentou elevação de 36% nas despesas tributárias, para R$ 24,2 milhões. Essa expansão é explicada por uma contribuição para o Fundo Estadual de Equilíbrio Fiscal (EFFE) de R$ 7,5 milhões em 2016, gasto que se repetirá em 2017 e 2018, segundo o executivo. A empresa teve ainda um aumento de 77,1% na conta de Imposto de Renda e Contribuição Social, somando R$ 146,1 milhões.

A fabricante fechou o ano com um lucro de R$ 784,4 milhões, 29,9% superior ao resultado de 2015, mas ainda abaixo das expectativas de analistas. O resultado desagradou investidores e as ações fecharam em queda de 8,93% na BM&FBovespa, cotadas a R$ 122,04. O Itaú BBA mudou a recomendação para as ações da M. Dias Branco de neutra para venda e manteve o preço-alvo de R$ 130 por ação. O BTG Pactual manteve a recomendação neutra para as ações (equivalente à manutenção das ações), com preço-alvo de R$ 136. Os analistas consideraram que a empresa elevou as despesas em 2016 e não deu sinais de que pretende controlar esses gastos. Ao mesmo tempo, não deu uma previsão de aceleração no ritmo de expansão das vendas em 2017.

Fonte – BVMI – Leandro Munhoz – Cibelle Bouças /Valor

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