A Usiminas confirmou sua projeção de investimento para 2017 de aproximadamente R$ 300 milhões, através de Ronald Seckelmann, diretor financeiro da siderúrgica. Esse é o mesmo valor que então estimado para 2016, mas que, no fim, provou-se grande demais, já que foram investidos R$ 225 milhões no ano passado.
“É um nível ainda bastante baixo comparado com o passado, mas hoje a empresa tem uma nova configuração industrial”, comentou o executivo com investidores e analistas. Ele se refere ao fato de a área primária de Cubatão (SP) ter sido desligada, com a usina funcionando hoje como uma laminadora. A usina de Ipatinga (MG) segue integrada.
O fluxo de caixa livre foi tema de várias das perguntas dos participantes da teleconferência, principalmente sobre como a Usiminas conseguirá evitar a queima dos últimos trimestres. Para Seckelmann, unitariamente a geração já é boa, mas falta escala.
“A geração de caixa por tonelada de produto no fim do ano passado foi decente, na verdade. Mas nós ainda operamos com um uso de capacidade bastante baixo. Nos falta volume de vendas”, argumentou. “Se mantivermos as margens unitárias ou até melhorarmos um pouco, a situação muda radicalmente.”
Outro potencial ganho para o caixa reside na menor despesa financeira com juros, por conta da expectativa de corte da Selic pelo Banco Central. Em geral, a cada 1 ponto percentual que a taxa básica de juros cai, a Usiminas economiza em torno de R$ 45 milhões. No acumulado de 2017, a siderúrgica prevê despesa financeira líquida de R$ 700 milhões no ano.
Além disso, entre pagamento de dívida antiga, comissões e impostos, Seckelmann revela que a companhia gastou mais de R$ 600 milhões com sua reestruturação financeira. Isso pressionou, também, o fluxo de caixa livre, mas é um evento que já acabou. A última etapa das renegociações, que se refere a bônus de US$ 180 milhões, pode ser resolvida na primeira quinzena de março, completou. O nível de provisão para devedores duvidosos também surpreendeu negativamente o mercado, mas Sergio Leite, diretor comercial da Usiminas, garantiu que a liquidez dos clientes, agora, está mais tranquila.
Depois da tentativa frustrada de acessar o caixa da mineração durante assembleia geral extraordinária, a Usiminas segue negociando “intensamente” com sua sócia japonesa Sumitomo, afirmou Ronald Seckelmann, diretor financeiro da siderúrgica mineira.
Em teleconferência para comentar os resultados do quarto trimestre, o executivo lembrou que a negativa dos parceiros na assembleia não é definitiva. No momento, ambas as partes acertam os últimos detalhes para que os recursos sejam distribuídos, acrescentou.
“Esse evento da Sumitomo [que foi contra uma redução de capital de R$ 1 bilhão] tem que ser visto como parte de um processo que se iniciou em fevereiro do ano passado”, argumentou Seckelmann a analistas e investidores. “Esse não foi o primeiro e nem será o último evento [da negociação].”
Ainda de acordo com o diretor financeiro da Usiminas, as conversas com o grupo japonês, que detém 30% da Mineração Usiminas (Musa), estão servindo também para resolver “antigas pendências” da sociedade, que se iniciou em 2010.
O acesso à parte que lhe cabe do R$ 1 bilhão, ou seja, R$ 700 milhões, foi uma exigência dos credores da Usiminas para que a reestruturação da dívida pudesse ser aprovada. Não cumprir esse acordo é uma cláusula restritiva, ou “covenant”, e, como tal, pode culminar em “waiver”, ou perdão, dos participantes.
Fonte – BVMI – Licio Melo – Renato Rostás/Valor
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